quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Reflexões sobre a Integração - Parte 1

Antes de passar para a próxima linha, faz-se necessário este post, que tem como objetivo explicar o próximo passo.

A maioria dos habitantes de Fortaleza aprendeu a integrar suas viagens através do SIT (Sistema Integrado de Transportes), utilizando os seus terminais. Terminais estes que - creio eu - todo mundo deva saber "de cor": Antônio Bezerra, Conjunto Ceará, Lagoa, Parangaba, Siqueira, Messejana e Papicú. Estes 7 terminais e outros pontos de passagem da capital, como os ditos "terminais abertos" - talvez você nem soubesse que tinham esse nome, mas é assim mesmo - da Praça da Estação e Praça Coração de Jesus, concentram a maioria dos transbordos do sistema.

Pessoas que vão diariamente, pra lá e pra cá, nos mares desta integração. Veja a figura a seguir:


SIT em seu formato atual.

(continue lendo...)



Note que o SIT-For privilegiou as maiores demandas, que ficam na Zona Oeste da cidade.

O problema é que, dada a necessidade de crescimento dinâmico de qualquer cidade, Fortaleza cresceu para o lado contrário: o Leste. Seja pelo espaço, pela quantidade de novos equipamentos (como shopping centers), muitas pessoas saíram de bairros como a Aldeota e o Meireles para Água Fria e Sapiranga. Houve também um aumento expressivo da Grande Messejana, que hoje tem maior autonomia comercial.

Veja abaixo a localização dos grandes centros comerciais em Fortaleza, responsáveis pela geração de maior fluxo de pessoas e mercadorias:

No centro dos círculos, os bairros predominantes em comércio: Centro, Aldeota, Água Fria, etc.

Embora a cidade já tenha se dispersado bastante, a maior parte da movimentação diária se dá ao centro destes círculos acima: Centro, Aldeota, Papicu, Meireles, Montese, Parangaba, Parquelândia, Messejana, Água Fria, Fátima, Guararapes e Dionísio Torres. Com isso, há um grande movimento pendular Oeste - Leste, diariamente.

Lembra da primeira figura? Pois é. Um único terminal - do Papicú - recebe um grande contingente de linhas vindas dos outros terminais (do lado Oeste e de Messejana), além de concentrar a integração com a maior parte dos bairros possíveis da Zona Leste da cidade. Isso estrangula o trânsito, que já é ruim pelo excesso de veículos, e concentra os passageiros em um único lugar.

Mesmo após a implantação do nosso Bilhete Único, os ônibus continuam fazendo viagens acima de 1 hora para chegar ao Papicú, correndo o risco de ficarem lá "presos". Não bastasse isso, outros terminais (como Parangaba, Messejana e Antônio Bezerra) são os responsáveis por realizar a integração espacial de bairros muito distantes deles. Isso cria o chamado "percurso negativo", que o Bilhete Único tenta evitar.

Porém, o Bilhete Único resolve o problema do passageiro, não do ônibus que fica pelo caminho, enrolado em tantos congestionamentos. Apresento uma proposta física no próximo post.

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